09 setembro 2009

Quando me perder

Quando eu morrer, falecer,
Meus ossos para bactérias ser mantimento,
Quando acabarem meus pensamentos,
Não venha dizer que tem saudade,Que sente falta de meus sentimentos.

Auspício

Emmanuel Inácio e Carlos Ex-machina

Se sumirmos, traduzirmos o mais belo,
Atraves daquilo que almejamos,
Se sabemos que mudamos
Encontraríamos aquilo que buscamos.

Das trevas mais profundas
As linhas mais seguras
Fazem o belo florescer
E o amor desvanecer.

Vai sumindo, sucumbindo
Mas no caminho continuo indo
Sem saber para que serve
A armadura que me protege,

Mas enfim as traduzo
Mesmo que no final eu só possa ficar a contemplar,
O belo saído das trevas
E o amor não me alcançar
Fico triste para que no fim fique eu a caminhar.

O armário


Hoje acordei meio sintético, arranquei minhas veias do armário,
Decidir vesti-las para cumprir o itinerário,
Acordar cedo, ter que ir ao trabalho, com fome, cansado.
Cansado sim, pois não conseguir dormir...

Os gatos no cio rondavam meus telhados, rosnavam
Os cachorros pareciam trocar palavrões,
Os gritos das vizinhas, os gozos dos prostitutos,
E os vagabundos, corroeram meus sonhos...Estou puto.

Não tenho mulher, muito menos filhos, mas tenho obrigação
Comigo como uma mãe tem com o filho,
Faço o papel dos dois, às vezes temo em me bater e me respeitar.

Não é todo dia que acordo sem ânimo, sem ter o que conversar,
Converso com as paredes, subo no telhado e retiro os gatos,
Hoje acordei meio sintético e arranquei minha vida do armário...

06 setembro 2009

À Mulher Hortensia

De: Emanuel Inácio
Para : Hortência Guedes
Maçã do amor, morango e pirulito, tudo vermelhinho, te admiro,
Confesso para as paredes de minha casa, após ressacas,
Que você me assusta algumas vezes, mas não consigo
Não pensar em você quando como pirulito.
Alimentando meus sonhos, é fogo, é brasa,
Um amor medonho, embaça um pouco,
Mas risonho que palhaço falido
Que sem piada vive rindo,
É flor que desabrocha, do Rio Grande do Sul em Gramado,
De Pernambuco em meus braços,
Já foi considerada invasora nos Açores, por inveja das outras,
Causa coma e enjôo, em quem afeta suas cores,
Pouca diferença entre a mulher e as flores
Você é vermelhinha e raríssima,
A flor dá em todo canto e é patricinha.

Eu por mim mesmo...