09 setembro 2009

O armário


Hoje acordei meio sintético, arranquei minhas veias do armário,
Decidir vesti-las para cumprir o itinerário,
Acordar cedo, ter que ir ao trabalho, com fome, cansado.
Cansado sim, pois não conseguir dormir...

Os gatos no cio rondavam meus telhados, rosnavam
Os cachorros pareciam trocar palavrões,
Os gritos das vizinhas, os gozos dos prostitutos,
E os vagabundos, corroeram meus sonhos...Estou puto.

Não tenho mulher, muito menos filhos, mas tenho obrigação
Comigo como uma mãe tem com o filho,
Faço o papel dos dois, às vezes temo em me bater e me respeitar.

Não é todo dia que acordo sem ânimo, sem ter o que conversar,
Converso com as paredes, subo no telhado e retiro os gatos,
Hoje acordei meio sintético e arranquei minha vida do armário...

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